quinta-feira, 29 de outubro de 2015



Houve aquele instante em que no meio da multidão algo me puxou para a magnificência do teu sorriso e nessa fração de segundo amei-te com a esperança de te poder amar dessa forma todos os segundos da minha vida..
Acredito que não precisamos de conhecer para amar, mas que o conhecer pode deitar por terra um grande amor, tudo é tão puro quando simplesmente deixamos   um sentimento puro fluir dentro de nós sem que haja lugar a contrapartidas , cobranças , desconfianças e desilusões, amarmos só porque sim , só porque temos  vontade disso, nem que seja apenas por uma fração de segundo.
E foi assim que te amei, que amei o teu sorriso, que amei o teu olhar e amei a forma como me desprezaste quando te disse olá ... Amar também é isso, amar a honestidade da pessoa em não querer nada connosco, em nos colocar no nosso lugar para nos lembrar, que por vezes o amor só tem um sentido e esse sentido é amarmos sozinhos. Eu não me importo de te amar sozinho, faz-me sentir vivo, faz-me sentir que no meio de tanta porrada sentimental, ainda há uma réstia de humanidade cá dentro, afinal de que serve uma vida sem amor, mesmo  que seja sozinho?
Amo-te até no adeus, sim porque sem abrir a boca disseste adeus e eu despedi-me de ti da mesma forma, com a certeza de que ali acabou este grande amor de um só sentido , que durou apenas  enquanto estivemos perto um do outro e que nesse adeus tive a certeza de que possivelmente jamais te voltarei a ver, restando apenas esperar que olhando para a frente um dia algo me volte a puxar para a magnificência do teu sorriso e que da próxima vez surja um amor de ida e volta.

Por Sandro Saldanha

*Todos os texto registados na S.P.A.

terça-feira, 7 de julho de 2015



Houve um dia que me apaixonei por um sonho, por tudo aquilo  que ele significou e a felicidade que me fez sentir.
Eu sabia que era um sonho, sempre tive essa noção, sabia que não era real, não era possível ser real, era perfeito demais, bom demais simplesmente demais, mas insisti em acreditar nele, deixei-me ir, caí nas profundezas dessa ilusão, apaixonei-me de forma intensa e desumana , mesmo  sabendo que ia sofrer,  porque  mais segundo menos segundo, iria acordar e os sonhos bons nunca se repetem, são únicos, são como certos momentos na nossa vida, impossíveis de voltarem a acontecer.
Houve um dia que me apaixonei por uma mulher que não existia, existia apenas na minha cabeça, formada à imagem de um sonho pelo qual também me tinha apaixonado, uma mulher perfeita, desenhada na paisagem do mais imaginário paraíso existente ao  cimo de uma terra qualquer, e ali estava ela, a olha para o horizonte, com os cabelos cor de sol a caírem sobre a face, como se por mim esperasse, como se por mim ansiasse como quem anseia a mais perfeita das Paixões e o mais honesto doa amores ..Era a mulher  perfeita, era tudo aquilo que sempre tinha desejado, os lábios mais doces que alguma vez alguém tinha provado, a mais viciante e alucinante das drogas que alguma vez ser Humano algum poderia cair na tentação de provar, o Mundo do meu mundo, aquele onde eu sou tão pequenino comparado à imponência do seu simples ser.
Sabia que ia sofrer por ela, chorar por ela, porque tal  como o meu sonho, ela era inalcançável, jamais a poderia ter, .era como uma miragem no  mais quente dos desertos onde eu  anseio pelo seu amor, como quem anseia água para poder sobreviver.
No meu  sonho não sofri, não doeu, não acabou, simplesmente apaixonei-me por ele, mas ao acordar acordei também para a realidade para o facto de que a vida é real e os sonhos apenas servem para manter a nossa esperança acesa por algo perfeito..
Pela Mulher que imaginei não chorei, não  lamentei não a ter porque se imaginei alguém assim é porque por tal anseio, anseio  pela perfeição, sim a perfeição , porque o  que é perfeito para nós, tem imperfeições e falhas para os outros, as para nós não, para nós um simples sorriso, um simples olhar pode transformar um momento no mais eterno dos segundos.
Houve um dia em que me apaixonei por ti..
E o sonho, a imaginação e tudo o resto caíram por terra, porque na realidade, apenas apareceste, e no segundo a seguir já cá não estavas e eu não podia sequer acordar para te poder esquecer.. As palavras foram reais demais, tão reais como vazias, porque quem diz o  que diz não faz o que faz, não engana, não gosto num dia e troca no outro.
A realidade dói, mas não nos ensina, porque sabemos que nos dias que correm o Amor é banal de mais, e a paixão não passa de breves instantes até aparecer alguém mais parecido com aquilo que sonhamos na noite anterior.

Por Sandro  Saldanha
*Todos os textos registados na SPA

terça-feira, 30 de junho de 2015

E não fomos felizes para sempre!!!
Aliás não fomos felizes juntos nem um segundo sequer!!
E que estupidez esta, parece que nos dá mais prazer atacar um ao outro, do que nos encontrarmos e selar a nossa certeza ou incerteza com um beijo daquele arrebatadores capaz de fazer tremer tudo à nossa volta.
Provocações aqui, provocações ali, promessas de que tudo acabou, de que não há mais nada para dizer e que os nossos caminhos seguem separados mesmo antes de sequer terem estado juntos..
Sabes bem que o vulcão não está extinto, assim como eu sei que não durmo descansado, até porque se assim o fosse, não teríamos de atirar indirectas um ao outro a tentar mostrar que estamos bem, quando no fundo estamos os dois na merda, por causa do nosso orgulho besta e insano que nos tapa o olhos e não nos deixa tentar ser algo parecido com felizes..
Há algo que estamos a deitar fora, não sei se bom não sei se mal, mas sei que muito forte e que no tocou ,mexe connosco e nos deixa na procura incessante de palavras um do outro, pena que apenas procuremos as picardias

ias e não aquelas palavras que estão nas entrelinhas, aquelas que mostram que não somos feios u para o outro, mas que as nossas diferenças fazem com que encaixemos na perfeição.
Não te amo, claro que não te amo, mas sim, estou apaixonado, não por ti, mas por tudo em ti, o teu olhar, o teu sorriso, o teu sentido de humor, a tua teimosia até pelo facto de ires às reuniões de “Sandros anónimos” para dizeres que já não gostas do Sandro há dois dias.
Quero que saibas que não durmo descansado, quero que saibas que quando durmo, sonho apenas que recebi uma mensagem tua a dizer que sentes a minha falta e que tudo isto não passa de uma estupidez e que temos e merecemos ser felizes um com o outro. Só que acordo e essa mensagem não está lá, acordo várias vezes e essa mensagem não está lá e tu não estás aqui e eu estou incompleto sem o pouco que já tínhamos.
Pena que a vontade não combata a nossa parvoíce ,pena ,mas ambos somos bestas, bestas porque preferimos estar sós a sermos Felizes nem que sejas só por agora.

Por Sandro Saldanha
Todos os textos registados na S.P.A.



domingo, 28 de junho de 2015

O nosso futuro passou rápido demais, a nosso final feliz não sequer teve um início , simplesmente desapareceu no meio de um silêncio desnecessário e incompreendido.
As palavras, as vontades , os desejos foram apenas isso palavras vontade e desejos , perdidas em minutos que podiam ter sido uma eternidade de cumplicidade plena.
Um gostar que passou a Paixão, daquelas intensas que fazem doer quando esperamos e não vem, que magoa numa saudade inexplicável por aquilo que chegou mas nunca veio.
O nosso futuro foram apenas breves instantes que mexeram dentro de mim e que deram vida à minha pele a cada palavra que surgia..

O nosso futuro foi apenas um bocado que nem direito a passado teve para mais tarde poder recordar..
Uma historia de um quase amor que não resistiu ao excesso de Paixão.
Por Sandro Saldanha
Todos os textos Registados na S.P.A.

segunda-feira, 22 de junho de 2015



É tão  fácil nos esconder por detrás de um ecrã de um computador ou  de um outro qualquer aparelho que tenha acesso à internet.
Escondidos aqui  atrás todos somos Don Juans , românticos incondicionais ,reacionários, máquinas sexuais e todo o  tipo de Super heróis, haja imaginação para tal.
A realidade virtual tornou-se tão ou mais real do que aquela que vivemos fora das nossas contas das redes sociais, lá sim somos grandes, descarregamos as nossas frustrações e revoltas, somos melhores que qualquer treinador que comanda  a equipe do nosso clube do coração, muito mais eficientes do que quem comanda os destinos o nosso País. Nas redes sociais não há defeitos, ninguém tem dívidas , ninguém tem problemas, somos perfeitos e a nossa perfeição domina a humanidade e mais qualquer coisita.
A realidade, será que ainda se lembram realidade ?O sentir o calor na cara, o frio na barriga, o palpitar do coração, o cheiro a terra molhada, barulho das cigarras no verão, o barulho a chuva a cair lá fora no Inverno , o eterna essência do perfume do amor da tua vida..
Será que  ainda se lembram de uma troca acidental de olhares ,a sensação de vida que isso nos trás, será que ainda se lembram de que é uma discussão de como se discutia-se na palavra e em último caso com dois berros um encontrão e uma chapada nas ventas.. ´
Os putos a brincar nas ruas, o berro dos velhotes à “chavalada” porque não os deixam dormir a sesta.
O Ardina a anunciar a venda jornal, a harmónica do amolador a anunciar a sua chegado com a sua bicicleta a pedais sempre pronto a afiar as facas lá de casa, a buzina da carrinha do pão que desperta na hora os nossos sentidos para uma carcaça  quentinha com a manteiga a derreter, o cheiro a bolos quentes depois de uma noitada ,o odor a vinho das tascas castiças do nosso bairro, o cheiro domingueiro da sardinha assada que o vizinho ia assar para a rua com o seu pequeno fogareiro..
A gargalhada  amigos sentados à mesa a disputar feijões  num aceso jogo da lerpa depois de uma valente patuscada, o calor da palma da mão da tua avó que já não está contigo a afagar-te a face e lembrar-te que a realidade também é dura, mas é ela que te faz ser humano..
Se não te lembras disto, se estas palavras não te fazem sentido,Então a tua vida não tem sentido, a tua vida não tem vida ,és apenas um número agarrado a uma máquina tipo um doente agarrado a um ventilador do qual necessita para viver..
Virtualmente és feliz, mas quando saires de casa,  voltas a ser aquilo que na realidade és e aquilo que tens de ser e isso não tem CTRL-ALT-DELETE.