Amo-te como se amanhã fosse o principio de tudo, o inicio da nossa vida!
Acho que o amor é isso mesmo, o esquecer de que houve tempo entre nós , que tivemos um passado ou iremos ter um futuro, que apenas interessa o agora, o instante em que o mais intenso dos orgasmos nos faz estremecer o corpo, acelerar o coração e chorar a alma.
Lembras-te de quando suspirei ao teu ouvido e que cada milímetro da tua pele arrepiou? Esse suspiro estava impregnado de amor, de paixão, de ousadia, de mim …. Já te disse que adoro os teus ouvidos e que era capaz de passar todos os minutos da minha vida a respirar perto deles, sussurrar as mais insignificantes palavras só para que soubesses que eu estaria sempre ali.
Amo-te como se amanhã estivesse agora aqui, bem à nossa frente, bem junto a nós assim como nós estamos juntos agora, neste bailado de corpos deambulando nos lençóis enrolados a nós e nos corpos ligados num só neste jogo de pornografia ardente e insaciável. O nosso gemido apenas a nós nos pertence e não a mais ninguém , até porque mais ninguém existe neste nosso mundo de Paixão e êxtase .
Lembras-te das Lágrimas que caíram na minha face quando os nossos corpos se separaram?
Sim, naquele instante senti que tinham arrancado algo de mim, senti que o meu coração me largou e partiu junto com o teu corpo, chorei porque naquele instante sabia , que ele já não me pertencia, que te tinhas apoderado da única coisa capaz de me fazer suspirar, chorar, sentir…
Amo-te como quem amou o Mundo e de repente o perdeu!
Perderam-se os jogos de sedução, os aromas, os orgasmos, a Paixão, os gemidos, ficaram apenas as memórias gravadas na minha mente, imagens esbatidas de tempos que foram perfeitos e apaixonantes, momentos em que te tinha a ti e um pouco do eu coração.E como se vive assim? Sem coração, sem capacidade de poder sequer pensar em amar, acordar todos os dias e pensar que a vida nada mais é do que um vazio sem tempo, apenas com passado e sem presente nem futuro.
O amor é isto mesmo, conhecer, ser seduzido, ficar apaixonado ,amar-te , perder-te para sempre e entender que amanhã afinal vem tarde demais

Por Sandro Saldanha
*Todos os textos registados na Sociedade Portuguesa De Autores
21JAN2015