segunda-feira, 4 de maio de 2015

Tudo acontece porque tem de acontecer, não existem acasos nem coincidências, tudo se reflecte nas escolhas que fazemos e nas atitudes que temos a cada segundo que passa .Não me recordo o instante que me levou a ti, mas guardo bem cá dentro a primeira vez que o teu flutuar se cruzou perante o meu olhar fascinado por tal divino desfilar na passerelle do dia a dia.
De ti pouco sei, sei apenas que moras num dos dois prédios em frente ao meu, não sei qual deles, não sei o andar muito menos a porta. Sei que tens um Opel corsa branco e que fazes compras no mesmo hipermercado que eu e que no dia em que quase esbarrei em ti ,metade das compras que era para fazer ficaram esquecidas naquele instante, porque depois disso apenas me vinha à cabeça o quanto te desejo e te quero minha.
Como disse uma vez, ver-te passar em frente À minha janela mata, já perdi a conta aos cigarros que queimei apenas para te ver , esperar por esse desfile maravilhoso que desperta em mim o mais ínfimo dos sentidos e os mais recônditos impulsos que nem eu imaginava ser possível ter dentro de mim.
És a mais bela das paisagens desenhada ao pormenor e com uma simplicidade  estonteante que faz com que a vida perto de ti se torne apenas algo secundário e que se existe uma explicação para toda a criação do Universo, essa explicação foi sem dúvida baseada em ti.
Tenho cá para mim que és um ser divino mandado de propósito aterra para mostrar a pessoas como eu, que afinal existem impossíveis, coisas inalcançáveis que jamais poderão ser nossas ou seja de quem for..
Agora vou fumar um cigarro, e esperar ter a felicidade e o privilégio de contemplar ao longe o significado da palavra Perfeição, pode ser que um dia seja digno de um sorriso ou de um olhar e que entendas que és a inspiração para o mais comum e vulgar dos mortais.


Por Sandro Saldanha
*Todos os textos registados na Sociedade Portuguesa De Autores

07JAN2015

Sem comentários:

Enviar um comentário